O Luto

Um trabalho de Sandra Rodrigues


DEZ LIBERDADES PARA CRIAR UM FUNERAL SIGNIFICANTE

Um funeral significante não acontece. Eles têm de ser bem pensados, pelo menos um ou dois dias antes, exigem o seu pensamento e o seu tempo. Mas o planeamento pode ser menos penoso se se lembrar que essa energia despendida agora serve para criar um funeral personalizado, uma cerimónia que inclusivamente o ajudará a si, à sua família e aos outros enlutados a fazerem um percurso saudável, de recuperação.

A lista que se segue pretende ajudá-lo a aceitar a sua legitimidade para a criação de um funeral com significado para si, para a sua família e amigos.

Tem o direito a realizar o ritual.

O ritual do funeral faz com que reconheça mais facilmente a morte de alguém amado. Ajuda-o a ter o apoio de pessoas atenciosas. É uma maneira de você, e os outros, demonstrarem que amavam aquela pessoa dizendo, “Lamentamos esta morte e precisamos uns dos outros para superar este momento doloroso”. Se outras pessoas lhe disserem que estes rituais são tolos e desnecessários, não ligue.

Tem liberdade para planear um funeral para satisfazer as necessidades únicas da sua família.

Desde que encontre conforto e significado nas cerimónias funerárias tradicionais, também tem o direito de criar uma cerimónia que reflecte a personalidade única da pessoa que morreu e da sua família. Não tenha receio de acrescentar o seu toque especial mesmo ao funeral mais tradicional.

Tem liberdade para pedir aos amigos e membros da família para se envolverem no funeral.

Para muitas pessoas, o funeral só tem significado que são envolvidas uma variedade de pessoas que amaram a pessoa que faleceu. Pode pedir aos outros para lerem, tocarem uma música ou mesmo ajudar a planear o funeral.

Tem liberdade para ver o corpo antes e durante o funeral.

Ver o corpo não é apropriado em todas as culturas e fés, contudo muitas pessoas acham que isto os ajuda a reconhecer a realidade da morte. Também proporciona uma maneira de dizer adeus à pessoa falecida. Existem muitos benefícios em ver o corpo e nas cerimónias de caixão aberto, não permita que lhe digam que esta prática está errada e é mórbida.

Tem liberdade para demonstrar a sua dor durante o funeral.

O funeral pode ser um dos momentos mais dolorosos da sua vida mas também um dos momentos mais catártico. Permita expressar a sua dor abertamente. Não tenha vergonha de chorar. Encontre pessoas que ouçam os seus sentimentos sem tentarem encontrar um significado para eles.

Tem a liberdade de planear um funeral um funeral que reflecte a sua espiritualidade.

Se a fé faz parte da sua vida, o funeral é o momento ideal para encontrar apoio e conforto na fé. Os que têm essa orientação espiritual secular têm também a liberdade para planear uma cerimónia que satifaça as suas necessidades.

Tem liberdade de procurar por um significado antes, durante e depois do funeral.

Quando alguém que ama morre, pode começar a questionar a sua fé e até mesmo questionar o significado da vida e da morte. É natural e não é pecado fazê-lo. Não deixe os outros desvalorizarem a sua procura de significado com clichés do tipo, “Foi a vontade de Deus” ou “Pense nas coisas boas que a vida lhe deu”.

Tem a liberdade para recordar durante o funeral.

As recordações são um dos melhores tesouros que existem depois da morte de alguém que amamos. Lembrar-se-á sempre. Peça ao seu agente funerário para colocar um “quadro de memórias” ou uma “mesa para memórias”. Peça às pessoas que assistem ao funeral para partilhar uma recordação especial da pessoa que faleceu.

Tem liberdade para ser tolerante com os seus limites físicos e emocionais.

Especialmente nos dias imediatamente a seguir à morte, os seus sentimentos de perda e tristeza irão fazê-lo sentir-se muito cansado. Respeite o que o seu corpo e cabeça lhe está a dizer. Descanse. Coma refeições equilibradas.

Tem a liberdade para orientar a sua dor e recuperar.

O funeral é um acontecimento, mas o seu luto não. A recuperação da sua dor não será rápida. Seja paciente e tolerante consigo próprio e evite pessoas impacientes e intolerantes consigo, antes, durante e depois do funeral. Nem você nem os outros que o rodeiam podem esquecer que a morte de alguém que se ama muda para sempre a nossa vida.